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sexta-feira, 12 de março de 2010

Os motivos para ser ou não paranoia e sentimento de imbecilidade.

As questões ambientais já são temas constantes, tanto que chegam a um ponto de saturação em alguns casos. Não que seja uma coisa ruim, pelo contrário, a ideia de que há cada vez mais pessoas abordando e pensando sobre o assunto é melhor. O problema é quando se é bombardeado por coisas que acabam banalizando o assunto.
Ainda não cheguei a uma conclusão, mas acredito que estamos chegando mais perto do banal do que da reflexão e entendimento. Fica claro de que o debate sobre a Sustentabilidade veio para ficar, mas quem está debatendo e o que isso implica no nosso dia a dia é cada vez mais complicado.
As diversas notícias e debates tentando explicar o que é "sustentável" e "ecológico" passam por uma diversidade de abordagens que podem confundir o público em geral. Especialmente os que são mais suscetíveis a acreditar em "qualquer coisa", que geralmente são os mais afetados e que correm os maiores riscos. A desinformação é tamanha que pode-se deturpar até mesmo o senso comum.
Por exemplo, todos sabem que é preciso preservar as nossas florestas. Mas o por quê dessa preservação? Será que é para garantir a umidade relativa e a temperatura? Para que as próximas gerações tenham uma melhor qualidade de vida? Ou preservar a biodiversidade e a renovação e usos sustentáveis dos recursos naturais? Será que é para preservar a vida humana, o seu alimento e riqueza? Ou salvar o habitat natural dos seres vivos? Para garantir que não sejam dominados por outros Estados? Essas e tantas outras explicações fazem parte das motivações que uma pessoa tem para preservar a floresta. 
Podem ser todas as questões acima e muitas outras. Existem até motivos para que a floresta não seja preservada, podem estar relacionadas com a questão dos recursos, riqueza e até mesmo fantasmas e espíritos ou outras explicações. Enfim, o motivo que cada um pode ter é praticamente infinito. Isso não significa que não se pode chegar a certo parâmetros e algum senso comum, sendo assim os fantasmas, malignos ou não, não teriam muita força como justificativa para se destruir a floresta, pelo menos não nesse século. Espero eu.
No final das contas são tantas abordagens, experiências, visões e sentimentos envolvidos que não se pode estreitar o debate em generalizações simplórias, nem por isso transformar em um culto alienígena.
O processo em que a sociedade vai se adaptar depende de uma série de fatores: meio ambiente, educação, cultura, economia, a própria sociedade, sua estrutura e capacidade de adaptação, integração e interação intra e internacionais, informação e os processos comunicativos e midiáticos, tecnologia, subjetividade, política e tantas outras que tornar o quadro geral uma trama tão complexa quanto frágil.
Fazer desse emaranhado algo compreensível não é fácil, muito menos prever o resultado final. Afinal, o fator humano é o diferencial mais significativo e mais imprevisível dessa equação. São coisas que podem surpreender e chocar, mas também emocionar e maravilhar. Acho que os sentimentos, aliados a capacidade comunicativa, são elementos fundamentais nas nossas vidas.
Não devemos menosprezar o poder da linguagem e do discursos capaz de mobilizar milhões de pessoas, para o bem ou para o mal. A emoção é um sentimento poderoso: A imagem de uma floresta sendo incinerada, enquanto os animais tentam escapar pode fazer uma campanha de preservação e combate ao desmatamento e incêndios criminosos muito mais efetiva e eficaz, com maiores colaborações, denúncias e mobilizações do que uma nota técnica cheia de dados, fatos e estatísticas apresentadas de forma técnica e imparcial.
Isso pode ser visto como manipulação, e não deixa de ser. Por mais que uma informação ou notícia seja apresentada de forma imparcial ela tem uma influência e uma tendência por trás dela, variando de intensidade e exposição, mas que nem sempre são capazes de influenciar a opinião pública.
Há casos em que mesmo essa imparcialidade leva a polêmicas, mais pelo tema em si do que por quem noticiou o fato. Afinal é cada vez mais difícil esconder o fato em si do que deturpar o seu significado. Então há noticiários tendenciosos ou não, editoriais, formas de publicidade e propagandas que buscam informar o cidadão do fato e, talvez mais ainda, dar a esse fato um significado e/ou explicação que mais lhe seja "apropriado".
Existem momentos e temas que podem realmente confundir a cabeça de tantos lados e possibilidades que se apresentam. E isso pode levar alguém ao extremo de não confiar mais em nada em ninguém e achar que tudo é uma grande invenção da CIA ou dos alienígenas. E nem saber qual dos dois é mais "malvado". Podem inclusive levar a mal entendidos e mal estar constantes, principalmente por parte dos políticos e humoristas por declarações confusas e mal esclarecidas e como são interpretadas e reproduzidas.
É preciso ter cuidado para não ser enganado ou se confundir com o tanto de informações que recebemos, tomar cuidado também com a fonte e origem dessa informação, se é verdadeira e se existe uma base para ela. Criar informações falsas e disseminar boatos é extremamente fácil na era da Internet e da comunicação instantânea.
Novos problemas surgem e as adaptações e soluções também aparecem. Só não podemos esperar que os outros façam TUDO para nós, pois corremos o risco de estarmos sendo completamente enganados e sem ao menos perceber. Também não se pode ir ao outro extremo e se isolar e tentar fazer tudo sozinho, afinal é quase impossível e muitas coisas que fazemos sozinho não são tão boas assim. Não é verdade?

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