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domingo, 15 de março de 2009

Treinamento x Conscientização x Educação X prática

O processo de aprendizagem é lento, difícil, demorado e doloroso, mas não deveria ser assim, ou deveria? Claro que não ocorre em todas as situações e circunstâncias. e nem para todos os temas que nos são apresentados. O que afeta esse processo? Ele pode ser rápido, fácil, prazeroso? Como? (a)onde? Por que? E por que não é assim sempre? Perguntas nesta direção aponta uma série de dificuldades que as sociedades enfrentaram e ainda enfrentam, cada qual com suas próprias características e circunstâncias. Afinal a história não se repete completamente, embora possa haver MUITAS semelhanças, os atores e envolvidos não são necessariamente os mesmos, a percepção e a sociedade também mudam com o tempo. Com isso podemos e devemos aprender muito com fatos e acontecimentos anteriores, mas com cautela e em alguns casos de forma relativizada.
Os problemas 'modernos' são, em grande parte, resquícios de situações que não foram resolvidas ou "previstas" no passado. Caso isso fosse possível, não haveriam crises e preocupações no mundo e, talvez, em um mundo que não houvesse surpresas e dificuldades não houvesse também criatividade e raciocínios "lógicos". Não saber o que vai acontecer faz parte do que somos, de como agimos e pensamos. Ainda que exista uma lógica e conhecimento sobre a brevidade e finitude de nossas vidas há uma preocupação com o FUTURO. Seja por acharmos que vamos viver por muito tempo, seja preocupado com a próxima geração.
A educação e a memória são interligadas. O progresso ocorre 'superando' dilemas, problemas e dificuldades que surgiram e vão sendo resolvidas ao logo do tempo, o que não deixa de criar novos dilemas, problemas e dificuldades. Cada geração pode ser diferente, mesmo que os problemas sejam semelhantes. "Cada cabeça, uma sentença" .. . Cada geração, uma (ou várias) influência...
Há um debate muito mais rico do que este apresentado, mas isto é só para situar o nosso diálogo. Se as influências marcam uma geração, há também exceções, o que significa que isto não ocorre por um movimento homogêneo e linear. Ainda mais na sociedade atual em que as configurações dos transportes e das comunicações possibilitam contatos, saberes e conhecimentos que ultrapassam a barreira do espaço tempos. Múltiplas influências ocasionam um hibridismo sem fronteiras, limitado pelo acesso (ou falta de acesso) disponível. Temos que ter ressalvas também nestas possíveis mesclas e até que ponto afetam diferentes pessoas e diferentes sociedades.
O treinamento é diferente? A educação também? O que a teoria e a prática podem nos dizer? Há teorias e práticas? Até que ponto concordamos em "bens comuns da humanidade"? Até que ponto compartilhamos sentimentos de "paz", "educação", "segurança", "HUMANIDADE"?
Por que iniciei a questão com o treinamento? Supõe-se que é uma forma de controle? De padronização? Ou é um processo educacional? Uma forma de aprendizado? Aprendizado e educação são diferentes?
São mais questões do que respostas, mas ainda assim é interessante que a discussão seja ampliada, difundida e pensada. O treinamento em si não quer significa um processo bom ou ruim, depende do referencial e da "utilidade" deste treino: treinar e desenvolver a escrita, o raciocínio lógico, o pensamento, a cordialidade pode ser visto como uma coisa boa, agora usar este conhecimento para enganar pessoas, roubar e fraudar instituições, nem tanto. Treinar e fortalecer o corpo para a saúde e o bem-estar são louvados como caminho para uma vida mais equilibrada, longínqua e menos sedentária, agora o mesmo treinamento para uma briga de rua....
O referencial é importante! E quando trazemos a análise para a questão ambiental é fundamental sabermos o que queremos dizer e dizer da forma mais clara e direta possível. Sem banalizar ou criar "sensos comuns" vazios. O treinamento é interligado e conjunto de práticas sociais, culturais educativas ou não, serve para a padronização do comportamento em alguns aspectos e por isso a educação e a conscientização deve ser base de qualquer processo.
Educar é buscar entendimento, compreensão e raciocício próprio, desenvolvido através da reflexão, treinamento, práticas e experiências. O local e o tempo em que ocorrem variam com a situação, também a forma como acontece. Muito da educação, ou melhor do que se fala em Educação, hoje se concentra no seu aspecto formal e institucionalizado (principalmente escolas e seus desdobramentos), mas não podemos esquecer que este é apenas um dos vários aspectos da Educação, não quer dizer que seja o mais importante ou o aspecto definitivo e definidor.
Até que ponto a escola, a faculdade, o templo e as várias instituições influenciam e "definem" uma pessoa? Devemos considerar a situação e o espaço e a forma da sociedade, cultura, economia, religião, família, governos e uma série de fatores que permeiam os indivíduos e refletem nas organizações e processos educacionais.
A conscientização pode facilitar a ação e a mudança de atitudes, pois torna o conhecimento mais amplo e mais próximo das pessoas, aumenta a percepção sobre a realidade e seus problemas, mas também não é o fator definitivo das mudanças. Todos os processos: Educação, treinamento, conscientização, práticas e experiências fazem parte da nossa vida e não podem ser vistas de forma fragmentada, independente ou imutável. A preocupação ambiental é recorrente na história humana, sua intensidade pode variar com o tempo e depende do local, mas não podemos afirmar que deixou de existir em algum momento e que foi o mesmo processo e a mesma intensidade em todos os lugares. A situação atual nos coloca em grande reflexão sobre o futuro da humanidade, cada um relativizando sua importância, mas ainda assim um movimento crescente é visível. Se haverá sucesso em um respeito maior, não só para a proteção e preservação ambiental, mas respeito a questão humana também é ainda um desejo a ser trabalhado.