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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A visão de mundo e a visão do mundo.

A individualidade é uma característica que aparece em discussões sobre os mais diversos temas e tanto pode ser positiva ou negativa dependendo do seu enfoque, argumentos, defensores e opositores, exemplos, práticas, contexto, cultura, enfim um sem fim de fatores podem influenciar o posicionamento sobre determinado tema e não só a individualidade. Mas por que a preocupação com o indivíduo em uma sociedade de bilhões e bilhões de seres? O ser considerado humano é diferente entre si e entre outros seres?
Sem querer entrar em uma viagem filosófica muito densa ou tentar achar toda a complexidade deste fator, devemos somente lembrar que a espécie a que fazemos parte se considera diferente a outras espécies do planeta ao afirmar que é o único capaz de obter "consciência" e armazenar através da escrita memórias sobre seus atos e com isso pode ser capaz de refletir sobre sua própria vida. Como disse antes isso é apenas uma mera simplificação do debate sobre a espécie humana, devemos lembrar que ainda existe uma relação muito mais complexa do que inicialmente suponho.
O que não se pode ignorar é a velocidade do desenvolvimento de nossa "espécie" no mundo atual. Em comparação com a própria existência do universo, estudos humanos (contestado por outros) indicam que nós somos recentes e já temos um papel crucial para o futuro da vida como um todo. Uma das explicações se deve ao fato da própria acumulação do conhecimento e da habilidade motora, da imaginação e do indivíduo,uma invenção surge inicialmente da mente de uma pessoa, embora existam casos de inventos e processos similares que surgem ao longo do tempo em locais diferentes, mas sem comunicação aparente entre os diferentes inventores - tanto que são parecidas, mas difícil serem idênticas. Disto há duas considerações, ou melhor duas questões: O fator das idéias e os indivíduos. Mesmo sendo uma interação questionável sobre tais fatores, eles não podem ser ignorados, pelo contrário deveria ser cada vez mais analisado e debatido. Deixar que uma idéia se propague sem reflexão, aceitar sem dúvidas é positivo? Não que devemos questionar até a exaustão todas as minúcias e todos os aspectos possíveis, imagináveis e além.
Das duas formas podem ocorrer falhas uma pela falta de reflexão que leve a uma falta de participação e baixa aceitação (superficialidade) outra pela excessividade que gera debates intermináveis que não conseguem sair de uma 'circularidade pobre', muitas vezes por detalhes que não acrescentam muito para o cotidiano de uma maioria que poderia ser beneficiada, ou mesmo prejudicada, com as ações resultantes. Para simplificar: devemos pensar e refletir bem sobre nossas ações e nosso modo de vida, mas devemos tomar cuidado para que a reflexão não seja a nossa única ação.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O que nos espera pela frente? Exageros e Ilusões ou algo mais?

Não sabemos mais como o mundo será, mas podemos fazer algumas considerações baseadas em eventos recentes. Aliás, circula a muito tempo pela internet uma suposta carta escrita em 2070 que pode ser encontrada em diversos lugares da internet (páginas de buscadores e até no you tube). O futuro é visto como algo tenebroso e angustiante, um retrato que mostra a cobiça humana e a inação como causas de um mundo destruido, sem água e com uma população em constante sofrimento. Este não é o único relato que prega o fim do mundo se não houver mudanças significativas nas atitudes e visão de mundo das pessoas.
Mas será que podemos prever algum aspecto em futuro tão distante? É claro que não existem predições ou estimativas para longos períodos que estejam totalmente certas, talvez com sorte; mas não podemos negar que há uma série de fatores incertos e imprevisíveis - o clima, o universo, o território, espaço, tempo, terrenos, solos, etc., etc.. O fator humano também imprevisto e incerto em suas ações e atitudes agregam ao contexto mais incertezas e imprevisibilidade.
Será que mesmo com tantas considerações há um modo efetivo de se prever o que irá acontecer em uma escala de tempo maior que 50 anos? Podemos saber algumas coisas como o possível aumento das cidades, estimativas sobre a economia, lembrando dos limites dos recursos possíveis, ou seja, o crescimento não pode nem será ilimitado. Isso faz pensar na reciclagem como cotidiana , necessária e fundamental para a sobrevivência e qualidade de vida das gerações futuras.
Uma série de outros fatores envolvendo desde a educação e convívio social a diversas outras necessidades flexiveis, mutáveis e que são adaptadas e adaptáveis ao longo do tempo. Para pensar no que isso implica para o futuro, o que não é uma tarefa simples e fácil, não podemos deixar de lado os aspetos bio-físio-quimico-eco-trans-multi-poli-hiper-complexo-inter-intra-sócio-econômico-cultural-político-nacional-global-local-glocal e todas as relações envolvendo tantos aspectos quanto imagináveis e além.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O tempo da amnésia: O papel da política para a sustentabilidade.

Que lições podemos tirar do recente "espetáculo da democracia" anunciado recentemente, e ainda 'acontecendo' no Brasil? Para quem não sabe o que estou falando é sobre as eleições municipais. Embora a disputa em diversas cidades para prefeito ainda continue em todas já estão definidos quem serão os vereadores e em várias cidades já se definiram também os prefeitos. Mas por que as preocupações ambientais devem ter atenção aos acontecimentos da administração pública? Ora, quem está diretamente responsável pela manutenção e criação de ruas, iluminações públicas, escolas, hospitais, parques, reservas, coleta seletiva e uma série de outras ações que são tão comuns e familiares para a maioria da população? Infelizmente nem todos contam com esses serviços e recursos, principalmente os bairros e 'favelas', marginalizados e estigmatizados.
É através da administração de prefeitos, governadores e presidente e das legislações, feitas por vereadores, deputados e senadores, que uma cidade se estrutura e desenvolve-se. A esfera de atuação municipal é desempenhada pela prefeitura e pelos vereadores, é claro que devem respeitar normas e procedimentos definidos pelo governo Estadual, pela Constituição Federal e outros mecanismos, mas também existe certa autonomia nestas gestões, afinal para que serviriam administrações públicas representativas municipais se o governo Estadual fosse encarregado por tudo? E com que estrutura o controle estadual atuaria?
Se há um responsável direto em cada cidade pela manutenção e bem estar (hierarquias de poder descentralizados), então há formas de cobrança por parte da população, fiscalizando o que e como são feitos projetos e ações na e para a cidade. Para isso é necessário uma série de requisitos: transparência, acesso e acessibilidade, autonomia, dedicação, ética, responsabilidade entre outros indispensáveis para o governo e a governança.
Sem a existência de tais mecanismos ou sem um nível aceitável deles a oportunidade para 'desvios', erros nas ações e demoras sem justificativas aceitáveis são mais fáceis e comuns de ocorrerem. Talvez o problema esteja aí: sem haver interesses e cobranças e com certos procedimentos ocorrendo de forma cada vez mais duvidosa, sem a participação ou mesmo conhecimento da população, sem estudos sobre os impactos e conseqüências que devem ser esperadas as chances de ocorrerem falhas aumentam expressivamente. Nem sempre é por maldade ou intencionalmente, na pressa de 'crescer' e 'prosperar' há sempre os que acham que podem fazer as coisas de um jeito mais "rápido" ou de um jeito 'original' e 'novo'.
Será que as conseqüências de tais atos atingem seus objetivos e levam a prosperidade? Será que ações deste tipo são motivadas e levadas a cabo pela 'nobreza do ser' e pela pura vontade de melhorar? Ou há intenções e motivos não tão nobres assim? Cada um escolhe seus caminhos de acordo com oportunidades, interesses, gostos e desafios apresentados ao longo da vida. Além das amizades, estudos, conhecimentos e saberes, experiências e inúmeros outros fatores com que nos deparamos e, principalmente, refletimos, apreendemos e incorporamos podem mudar os caminhos ou a forma como estes são trilhados.
Voltemos ao título: por que amnésia e política? Quais as relações entre eles? Será que nos lembramos em quem escolhemos para nos representar? E mesmo que não foram os "nossos" escolhidos, será que lembramos de acompanhar o que ocorre a nossa volta? Será que participamos ou minimamente nos informamos? Há uma série de perguntas que envolvem este pensar, mas deixaremos para outra oportunidade. Nos concentraremos agora nestas questões acima expostas.
Vivemos em uma era de mudanças e adequações: a velocidade dos transportes e da comunicação atingem pontos e perspectivas inimagináveis em décadas passadas: a interconexão entre pessoas, sociedades, economias, políticas, culturas, comércios etc. se tornam cada vez mais próximos, virtual e fisicamente. Tais interações ocasionam conseqüências: elevação do consumo, que é feito por uma maior busca e exploração do ambiente, poluição, sentimentos confusos (de inadequação, perda, medos diversos) por serem as mudanças mais rápidas que o tempo de resposta do indivíduo ao 'novo tempo' são alguns dos problemas encontrados nesta era. Vários autores buscam entender as diversas implicações e reflexões complexas sobre, do e para o mundo, o fator ambiental, o fator humano e uma variedade quase infinita de questões significativas fazem parte vital do nosso cotidiano.
Infelizmente não somos seres oniscientes e dificilmente reteríamos todo o conhecimento do mundo e no momento que chegamos em um nível que achamos considerável vemos que não é nem a superfície do que existe. Não podemos cair no desespero existencial por isso, mas é só para mostrar o quanto a soberba pode prejudicar um indivíduo. Será que importa o quanto sabemos? Ou como usamos estes conhecimentos? E se eles realmente são adequados e suficientes para "nossa" realidade. O excesso e a disponibilidade de informações, ferramentas, debates tem distorcido e dividido muitas pessoas. Será que com isso perdemos muito mais tempo tentando entender o que acontece e retemos cada vez menos do que aconteceu?
São coisas para pensar e refletir, mas não podemos esquecer a intenção deste texto: que é mostrar a importância da reflexão, da cultura pelo e para o conhecimento, saberes, práticas, questionamentos, reflexões e ações de forma integrada, interativa e interessante, constantes, conectadas de forma participativa, transparente, ética. Desta forma não é fundamentar e tornar essencial e/ou subordinada a política para haver sustentabilidade ou vice-versa e sim entender que estes temas estão essencialmente ligados em conjunto, são transdisciplinares, inter e co-dependentes, ainda que únicas. Os impactos das ações humanas devem ser considerados nas mais variadas extensões: sócio-política-ambiental-cultural-econômica-bio-física-química e que as subordinações fazem parte de preferências, interesses e situações envolvendo tudo e todos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Para não dizer que não falei do Clima

Como é possível entendermos uma questão tão complexa como o clima? Além de suas diversas definições, significados e usos e abusos quando tratamos dos discursos e notícias recentes ao "aquecimento global" já se formam na maioria dos subconscientes, até naqueles mais 'preparados" e 'instruídos', uma visão de calamidades e mazelas futuras. Com certeza a situação não é a das mais confortáveis, cada dia que passa a tendência de irreversibilidade da destruição se torna maior. Mas até que ponto a preocupação não é exagero?
Responder esta pergunta mesmo para os diversos "especialistas" no assunto não é fácil ou mesmo um consenso. Podemos encontrar desde opiniões que afirmam a chegada do fim a aqueles que tratam os acontecimentos recentes como naturais. Há uma série de opiniões sobre o tema e arrisco dizer que são das mais variadas possíveis e imagináveis, se há uma coisa que não devemos reclamar é a falta de imaginação quando se pensa no futuro do planeta e da humanidade.
Independente das teorias e teóricos existentes é preciso considerar a questão ambiental de forma abrangente, integrada, transdisciplinar e complexa. Ao não considerar os múltiplos aspectos da questão podemos acabar vendo apenas partes e/ou fragmentos que podem prejudicar ou tornar ações ou propostas menos eficientes; por outro lado, buscar entender todos os aspectos , mas de forma superficial também não terá muita utilidade. A velocidade com que o mundo atual é percebido e a noção de espaço e tempo cada vez mais distorcida faz com que as informações tenham esse aspecto cada vez mais superficial para 'informar' o máximo possível. Mas aí surge algumas questões: será que a capacidade e o nível de absorção das notícias é compatível com tal velocidade? Será que existe uma cultura e vontade suficiente para se buscar tais informações e para se aprofundar nos temas? Será que os recursos existentes são usados de forma produtiva ou é necessário repensar tudo isso?
Na vontade de nos tornarmos cada vez mais sapiens e integrados ao mundo todo através da informação podemos acabar entrando em uma falsa integração por uma ilusão criada a partir de erros de interpretação e falta de 'conhecimentos'. O tão temido aquecimento global é um dos aspectos sobre o clima que nos preocupam, mas não é único, além disso não é o aquecimento global em si o perigo, como fenômeno natural é um dos responsáveis pelo clima ameno que permite a existência da vida na Terra, mas o seu aumento através da ação humana que preocupa. A poluição, os desmatamentos e uma série de outros fatores fazem com que o fenômeno natural se acentue e isso é o perigo do 'aquecimento' que por algumas previsões não ocorrerá em todo o mundo.
Enfim, é preciso calma e atenção ao tratar temas tão delicados que envolvem múltiplos fatores, principalmente com uma atenção midiática exaustiva, repetitiva e pouco reflexiva que acaba saturando a paciência dos poucos que ainda escutam ao ouvir falar de meio ambiente. Causa uma falsa impressão de que sabemos o que estamos falando, ouvindo ou discutindo, mas será que sabemos mesmo? Será que estamos nos informando mais e nos aprofundando nas discussões e debates? Será que sabemos quais as 'soluções' para o ambiente?