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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Algumas mudanças animadoras e outras nem tanto na perpectiva eleitoral da Colômbia... Exemplo para o Brasil?

Antanas Mockus (Aurelijus Rutenis Antanas Mockus Šivickas, segundo Wikipedia), candidato a presidência da Colômbia, ex-prefeito de Bogotá, ex-reitor da Univ. Nacional da Colômbia, descendente de Lituanos e parte do Partido Verde da Colômbia. Faltando seis dias para as eleições, Mockus ganhou projeção nacional e internacional após passar dos iniciais 3% de intenções de votos para um empate com o candidato do governo, ex-Ministro da Defesa e do Partido Social da Unidade Nacional, Juan Manuel Santos.

Para uma visão de uma provável política externa de Mockus http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100524/not_imp555766,0.php 

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4436850-EI16425,00-Mockus+deve+reaproximar+Colombia+e+Brasil+dizem+analistas.html
 
O panorama que se apresenta parece favorável ao candidato da oposição Mockus, ou pelo menos, já mostra um favorável apoio a uma visão de governo diferente do atual. Mas a pergunta para nós é: A situação de Mockus pode ser aproveitada aqui pela candidata do Partido Verde?
A situação é diferente e delicada, mas pode ser que tenhamos algumas lições se considerarmos a essência das coisas. No caso Colombiano a popularidade do presidente Álvaro Uribe sofre oscilações durante todo o período em que esteve no poder, o sucesso recente no combate as  Farcs tem grande influência. Mas a continuidade e aproximação com os Estados Unidos, o famigerado Plano Colômbia, e a instalação das bases americanas no país geraram desconforto entre os vizinhos sul-americanos.
O problema que vive a Colômbia, praticamente em guerra civil há mais de 40 anos que deixa uma marca constante de medo e refugiados rurais. A Cruz Vermelha fez um documentário muito bom sobre o tema:



(infelizmente sem legendas ou tradução em português, mas pode ser encontrada em espanhol ou inglês).
O vídeo mostra um pouco da situação do país no início da década, embora tenha havido melhoras a situação na Colômbia ainda é de risco e a tensão é constante. Uma série de questões que são próprios do país e que outros países da região não tem que abordar, embora todos os países tenham problemas semelhantes e situações de risco e vulnerabilidades cada um é específico e o tratamento deve ser diferente.
Tentar se apoiar na plataforma de Mockus para o Brasil seria, então, um erro aparentemente tremendo. Mas há semelhanças que podem ser proveitosas, o pouco tempo de exposição, a baixa popularidade nas pesquisas iniciais, o discurso sobre sustentabilidade e outros pontos que aproximam Mockus de Marina Silva.
As propostas claro, devem se adaptar a realidade distinta de cada país, mas parecem que essas lições podem servir de base a uma ação que obtenha sucesso que aparentemente não é esperado pelo governo. O fato de Ciro Gomes ter sido "expulso" da corrida presidencial, dizem que com pressão e aval do próprio Presidente para que a polarização seja entre Dilma e Serra, mostra como a candidatura dessa Silva parece não ameaçar ao outro Silva. Mas pode surpreender, a diferença nas eleições da Colômbia é que não tinha candidatos tão fortes como os pré-candidatos do PT e PSDB.
Ainda assim, o fato da pré-candidatura do PV colocou a questão ambiental em destaque e em um patamar inesperado por muitos. A ida da então Ministra da Casa Civil a um Conferência do Clima (a COP-15) talvez não ocorresse se não fossem as pressões de uma candidatura "verde". Em setembro de 2009, já comentava sobre o provável "Efeito Marina". Que vem se consolidando e expandindo.
Não se pode negar que a concorrência eleitoral no Brasil tem o carisma e a aceitação popular, a revista TIME do mês passado coloca o presidente Lula como a pessoa mais influente do mundo e isso não é pouca coisa. A menos de dois meses para que as candidaturas se oficializem e depois da Copa as propagandas e debates se intensifiquem o clima já é de campanha. As entrevistas com os pré-candidatos já estão a todo vapor e são os mais expostos pela mídia: Marina @silva_marina, Serra @joseserra_, Dilma @dilmabr.
Eymael, Plínio Sampaio, Zé Maria, Fidelix e outros possíveis candidatos que não aparecem
tanto como os três em destaque, mas também fazem parte da escolha democrática. Alguns mais conhecidos que outros, veja mais sobre o perfil destes candidatos em: http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/05/conheca-todos-os-pre-candidatos-presidencia-da-republica.html

Enfim, a situação se apresenta ainda sem definições, as oscilações das intenções de voto durante essas pré-campanhas diz respeito a exposição e afinidades. As propostas ainda precisam ser melhor apresentadas e os detalhes para fechar candidaturas ainda estão indefinidas o que torna difícil qualquer projeção ou análise, principalmente enquanto a situação pode mudar a qualquer instante.

sábado, 22 de maio de 2010

As distorções que as discussões e defesas de interesses geram

Parece que não importa qual o motivo ou razão para defender um posicionamento, haverá sempre obstáculos, entraves e posicionamentos contrários aos seus. Essa parece ser a constante dinâmica da vida, nascemos dos encontros e desencontros, aproximações e contradições, passado, presente e a perspectiva de futuro. Tudo isso permeado de interações, visões de mundo, objetivos e interesses diversos.
O que isso significa? Primeiro temos que considerar que se estamos priorizando um determinado setor, isso quer dizer que outros estão sendo menos privilegiados? Ou é possível agregar todos os interesses e todas as opiniões sem que haja perdas?
Até que ponto essa flexibilidade dos interesses e escolhas podem ser manipuladas ou mesmo corrompidas para favorecer um grupo ou interesse específico?
Essas e outras questões fazem parte de uma questão maior que é a da lógica por trás do discurso da integração e da igualdade. A justiça social e ambiental tem por pressuposto a igualdade de condições e oportunidades para o desenvolvimento pessoal e o bem comum da sociedade mundial. Ainda que o debate seja muito mais denso e complexo, cheio de nuances e reflexões sinuosas, a justiça busca igualdade, a liberdade, o respeito, a alteridade (sim, a diferença também deve ser respeitada), a interação e integração, a paz.
Podem existir outros significados para justiça e pode parecer injusto não tratar os diversos pontos de vista sobre o tema, mas as definições acima já servem de base para entender a essência do conceito.
O que nos permite ter uma boa noção sobre o assunto, mas não quer dizer que seja uma definição tão fácil. A inventividade e capacidade imaginativa do ser humano é surpreendente a ponto de conseguir corromper ou desvirtuar valores para favorecer seus interesses. Talvez, por isso, atualmente a normatização e regulação tenha tanto destaque. 
O Direito e nossos direitos e deveres passam a ser cada vez mais esmiuçados e embasados em códigos, leis, regras, normas que nascem de costumes e práticas. Mudam ao longo do tempo e se adequam a sociedade e suas próprias mudanças.
A noção do que é justo varia de acordo com determinada socieade, cultura, economia, costumes e mudam através do tempo e de novas interpretações e visões de mundo. O que era legal no passado hoje pode ser totalmente ilegal e vice-versa.
A própria moral e ética podem ficar presas a essas convenções, o que é um risco para uma sociedade como a nossa que vem mudando em um ritmo mais acelerado do que podemos nos adaptar e entender o que ocorre. Se ontem a regra era desmatar e queimar florestas para abrigar pastos e monoculturas (sinais de progresso e desenvolvimento) hoje o processo é um pouco diferente, mas não tanto quanto muitos gostariam.
As noções mudam de acordo com os interesses e interações de diversos setores e grupos da sociedade, os "vitoriosos" parecem ser aqueles que tem seus discursos impostos ou legitimados por serem aceitos e empregados pela maioria. Isto não quer dizer que sejam mais ou menos certos do que o discurso "perdedor". O que leva a essa aceitação ou a rejeição de outros, pois, há vezes em que certo ponto de vista não foi totalmente aceito, mas  por falta de alternativas melhores e pela rejeição dos outros é aquele que passa a valer, até que uma visão mais aceita apareça e seja admitida.
Cada sociedade tem um tempo para aceitar e consolidar posições e como as mudanças são constantes a adaptação também deve ser, assim como a linguagem muda, evolui ou se tranforma por diversos fatores e influências, assim são as convenções e modos sociais, assim são os direitos e deveres, assim é a própria ciência. Uma descoberta e um ponto de vista são capazes de mudanças complexas, se para o bem de todos ou não, essa é uma outra história.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Videos Plano MTV

O programa Plano MTV é muito bom e merece ser visto. A relação entre a Sustentabilidade e diversos temas é muito interessante e instrutivo.

Acessem http://mtv.uol.com.br/plano

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Parece que o sentido de urgência não é tão urgente assim.. O consumo como exemplo

A questão ambiental teve um período de euforia e crescimento entre os anos 1980 e 1990, principalmente da preparação da ECO-92 e após suas resoluções. Mesmo com diversos entraves e concessões durante a reunião, houve avanços  signficativo das discussões  ea ações ambientais em uma Conferência das Nações Unidas - que foi a segunda nesses moldes e amplitude, vinte anos após a realização da primeira e em um sistema internacional diferente de antes,  com mudanças recentes e ainda não muito bem estabelecidas. Assim, mostrava-se promissor  pensar a qualidade de vida dessa e das próximas gerações.
Infelizmente, parece que nos últimos anos essas preocupações, ainda que ainda existentes, estão mais diluídas. Isso quer dizer que o senso de urgência da questão ambiental nos fins do século XX parecem ter diminuído no fim da primeira década do século XXI. Será essa uma realidade? Ou é apenas impressão?
É fato que as quantidades de projetos, produtos e ações envolvendo a questão ambiental e principalmente os riscos da mudança climática sejam hoje muito maiores do que na década retrasada. Que os processos industriais queiram ser cada vez menos poluentes e mais sustentáveis, mesmo que por motivos de marketing vem se aumentando. Aí o problema é saber se são só propagandas e distorções da realidade ou uma efetiva mudança no comportamento empresarial e do consumidor. Além de levar em conta o que se pensa em Sustentabilidade, pois pode significar coisas diferentes...
Um exemplo simples: Uma determinada fábrica que coloca em suas embalagens o adjetivo "eco" em seus produtos dá a entender que é um produto que é feito através de um processo sustentável, quando na verdade não o é. Isso por uma série de questões e uma delas é o fator de compensação. Não é necessariamente o produto que deixou de ser poluente ou que degrade a natureza, mas houve algum tipo de política compensatória, como políticas de reflorestamento. E assim um produto "eco" será compensado (através do reflorestamento) de sua poluição presente em um futuro não definido.
Outras questões também devem ser consideradas como qualidade de vida dos empregados, uso consciente dos recursos, reciclagem otimização e gerenciamento que fazem parte do cotidiano das empresas e não apenas dos produtos. Não adianta muito falar em um produto ecológico, se os trabalhadores que fazem esse produto estão em condições precárias de trabalho, salário e segurança.
Mas as informações que o público e o consumidor têm são bem limitadas nesse sentido. As propagandas enganosas nos fazem pensar que certo produto está dentro de um padrão de Sustentabilidade. Mas cada um parece ter um padrão próprio ou uma noção, no mínimo peculiar, do que é Sustentabilidade e o que se deve fazer para que consegui-la.
Nesse percurso acabamos nos tornando reféns de uma indústria perversa que mascaram e maquiam seus velhos produtos poluidores e ultrapassados  com roupagens "eco" e "sustentável".  A falta de informação e a falta de vontade por mais informações corretas acabam facilitando a ocorrência dessas situações. E o que precisaria ser revisto, cuidado e melhorado acabam ficando de lado. As preocupações de antes são amenizadas, mesmo que os problemas ainda sejam os mesmos, apenas mascarados e deixados de lado.

O vazamento de óleo na costa do Golfo

Há mais de 12 dias há um vazamento de óleo, após a explosão de uma plataforma de extração de petróleo na costa do Golfo do México. Esse vazamento pode levar a sérios danos e impactos que irão afetar toda a vida marinha da região. Isso mostra como o descaso é fatal. Para entender mais sobre o caso acesse a notícia da Folha de S. Paulo:
 
 
  É tristemente importante notar como as reações e medidas para conter o desastre ainda não foram tomadas.