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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quando o que é sólido se desmancha? Conceituando Moinhos de Ventos

"Tudo que é sólido se desmancha no ar" Marx (influenciou livro de mesmo título escrito por Marshall Berman, lançado em 1982)
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" Lavoisier séc. XVIII

O problema que podemos encontramos ao trabalhar o "ideal" e a "ideia" de SUSTENTABILIDADE é o seu alto potencial romântico, romantizador e fantástico de um lado e também cético, pessimista e debochado do outro. São espectros extremos de uma mesma linha, mas não são únicos. Dentro destas variações há diversas intensidades e intenções: ou seja podem existir céticos românticos e pessimistas fantásticos, ou ex-pessimistas e ex-idealistas, o que mostra que cada pessoa tem certas predileções ao longo da vida que são flexíveis, mutáveis de dinâmicas. A importância aqui não é saber em que local do espectro do movimento ambiental você, ou mesmo eu, nos encontramos. É saber primeiramente do que se trata esse movimento.
A defesa da "natureza", do "bioma" do "meio ambiente", do "desenvolvimento sustentável", da "educação ambiental" "conscientização ambiental" "racionalidade ambiental", do "futuro da humanidade", e de muitas outras há diferenças e semelhanças, aproximações e distanciamentos, enfoques em determinadas áreas, saberes e conhecimentos. Tudo isso leva a uma infinidade de conjunturas e conjunções, ainda mais se considerarmos que a predileção e interesse de um indivíduo geralmente é múltipla. Mesmo que em uma área do conhecimento são várias as vertentes possíveis dentro de um tema mais abrangente.
Talvez a dificuldade seja justamente perceber as nuances do debate ambiental em seus vários aspectos dentro do espectro maior do movimento ambiental. Falar, pensar e agir em torno desta temática é importante em suas múltiplas dimensões, assim como interligar com vários outros temas relacionados direta ou indiretamente como a questão do comércio, do consumo, da saúde, dos direitos humanos, da ciência, da política, da cultura, praticamente em todo e qualquer tema há uma vertente possível e passível para discutir a questão ambiental. Não podemos esquecer que o enfoque antropo (humano) neste amplo debate é motivado por razões óbvias ou não? Somos humanos? Nos preocupamos com nossas ações? Interferimos e interagimos com o ambiente? Somos importantes?
Para uma pequena reflexão: você já se imaginou ou pensou como seria sua vida se você não fosse humano? E qual seria a implicação ambiental? Lembremos que embora essa projeção e esse processo imaginário possa ser interessante é muito difícil que você deixe de lado sua consciência, embasamentos e experiências que são humanas o que acaba deturpando um pouco esta reflexão. Mas o interessante é justamente essa busca de outros olhares e do distanciamento, mesmo que imaginário, que este exercício possibilita.
A questão ambiental com seus múltiplos e polifônicos enfoques, ideias, saberes, conhecimentos, história e experiências permeadas pelo "biosocioeconomicopolíticocultural" não deve ser visto como um bicho de sete cabeças ou como moinhos de ventos quixotescos e muito além e distantes de nós. É o oposto, cada um é uma parte deste emaranhado, participamos, influenciamos, interagimos, modificamos e somos modificados ao longo da vida. Deixar de lado só por parecer complicado ou trabalhoso demais não deve servir como justificativa para comportamentos e ações.


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