Home/ Início

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Os novos ares e a sociedade perante a "crise" mundial.

São diversas as implicações possíveis que estes últimos meses anunciam. As preocupações com o futuro da economia mundial, ou melhor, dos mercados financeiros levam a especulações sobre como e quando a situação será estabilizada e os temores se vão. Há inclusive preocupações sobre a questão ambiental. A ex-Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina da Silva, em tom pessimista diz que a situação de crise afetará ações ambientais, embora o atual Ministro tenha declarado que as ações ainda não foram e não serão afetadas. Espero que não. Mas
mesmo que não sejam afetados, a questão deve ser vista com cuidado e reais preocupações, pois em momentos como esse que nos encontramos, em que a "crise" afeta direta e indiretamente milhares de pessoas ao redor do mundo, tendem a tornar a questão ambiental e muitas outras que já não são consideradas "essenciais" se tornam secundárias, terciárias etc.
O que preocupa é como as ações
, ou sua falta, em um setor da sociedade afeta o todo, e vice-versa. Parece uma coisa muito complicada e realmente é, não existe nenhuma teoria, nenhuma equação nenhuma política que consiga prever 100% dos resultados, principalmente quando envolvemos o fator humano na equação. Devemos lembrar que para toda ação existem diversas conseqüências, algumas delas imprevisíveis, que gerarão outros impactos e outras ações sucessivamente. Não significa que devemos optar, então, pela inação, pois também geram conseqüências. Em outras palavras, imortalizadas por um cantor brasileiro: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
Quais as dimensões reais desta crise financeira que iniciou-se nos EUA e que assolou as bolsas financeira do mundo e diversas empresas? Quem foram os mais prejudicados? Quem ainda será afetado?
Existem até mesmo pessoas que lucraram, e muito, com a crise, mas sempre existem "mercadores da morte" não importando muito a circunstância. Não que seja este o caso... O que devemos considerar e que nos preocupa é se o 'modelo' e o 'sistema' mundial foi afetado. Como fica a questão da sustentabilidade no turbilhão? Enquanto milhares de pessoas estão desempregadas, sem-teto, sem apoio ou perspectiva ao redor, e sobre o mundo há uma preocupação de que os esforços para estruturar uma sociedade mais justa e sustentável sejam menores. Mas estas situações e diversas outras piores eram e são encontradas muito antes da crise atual e muito antes das diversas crises dos séculos passados.
Não existe fórmulas perfeitas e previsíveis para resolver os problemas existentes ou que virão, mas há escolhas que visam o bem coletivo e outras que privilegiam indivíduos ou grupos. Como as identificamos depende do tempo, do contexto, da sociedade e de uma série de fatores e, principalmente, quais as perspectivas estão baseadas. Se você acha que o problema do aumento da violência e assalto de uma determinada região é o aumento da concentração de criminosos você pode acreditar que aumentar o policiamento e o número de presídios seja a ação mais correta a se tomar. Mas se você considera que essa situação, que está relacionada com o aumento da população em geral, da má distribuição de renda, desemprego, baixos níveis de saúde e educação, uma falta de planejamento urbano, familiar as ações podem ser diferentes e variadas.
Os atos mais hediondos são justificados para o bem de alguma causa, indivíduo, grupo, nação ou país. A ética é maleável e contextual, por isso perigosa nos usos e abusos,convencer os outros do que é certo e estar certo são coisas diferentes - o que afinal é o "certo"? Muita coisa do que fazemos no dia-a-dia passa despercebido como algo 'natural', 'cotidiano' e até 'sem importância', mas será mesmo? Pensar nos nossos próprios atos é um exercício necessário, que pode nos ajudar a entender melhor o mundo

Nenhum comentário: