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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Parece que o sentido de urgência não é tão urgente assim.. O consumo como exemplo

A questão ambiental teve um período de euforia e crescimento entre os anos 1980 e 1990, principalmente da preparação da ECO-92 e após suas resoluções. Mesmo com diversos entraves e concessões durante a reunião, houve avanços  signficativo das discussões  ea ações ambientais em uma Conferência das Nações Unidas - que foi a segunda nesses moldes e amplitude, vinte anos após a realização da primeira e em um sistema internacional diferente de antes,  com mudanças recentes e ainda não muito bem estabelecidas. Assim, mostrava-se promissor  pensar a qualidade de vida dessa e das próximas gerações.
Infelizmente, parece que nos últimos anos essas preocupações, ainda que ainda existentes, estão mais diluídas. Isso quer dizer que o senso de urgência da questão ambiental nos fins do século XX parecem ter diminuído no fim da primeira década do século XXI. Será essa uma realidade? Ou é apenas impressão?
É fato que as quantidades de projetos, produtos e ações envolvendo a questão ambiental e principalmente os riscos da mudança climática sejam hoje muito maiores do que na década retrasada. Que os processos industriais queiram ser cada vez menos poluentes e mais sustentáveis, mesmo que por motivos de marketing vem se aumentando. Aí o problema é saber se são só propagandas e distorções da realidade ou uma efetiva mudança no comportamento empresarial e do consumidor. Além de levar em conta o que se pensa em Sustentabilidade, pois pode significar coisas diferentes...
Um exemplo simples: Uma determinada fábrica que coloca em suas embalagens o adjetivo "eco" em seus produtos dá a entender que é um produto que é feito através de um processo sustentável, quando na verdade não o é. Isso por uma série de questões e uma delas é o fator de compensação. Não é necessariamente o produto que deixou de ser poluente ou que degrade a natureza, mas houve algum tipo de política compensatória, como políticas de reflorestamento. E assim um produto "eco" será compensado (através do reflorestamento) de sua poluição presente em um futuro não definido.
Outras questões também devem ser consideradas como qualidade de vida dos empregados, uso consciente dos recursos, reciclagem otimização e gerenciamento que fazem parte do cotidiano das empresas e não apenas dos produtos. Não adianta muito falar em um produto ecológico, se os trabalhadores que fazem esse produto estão em condições precárias de trabalho, salário e segurança.
Mas as informações que o público e o consumidor têm são bem limitadas nesse sentido. As propagandas enganosas nos fazem pensar que certo produto está dentro de um padrão de Sustentabilidade. Mas cada um parece ter um padrão próprio ou uma noção, no mínimo peculiar, do que é Sustentabilidade e o que se deve fazer para que consegui-la.
Nesse percurso acabamos nos tornando reféns de uma indústria perversa que mascaram e maquiam seus velhos produtos poluidores e ultrapassados  com roupagens "eco" e "sustentável".  A falta de informação e a falta de vontade por mais informações corretas acabam facilitando a ocorrência dessas situações. E o que precisaria ser revisto, cuidado e melhorado acabam ficando de lado. As preocupações de antes são amenizadas, mesmo que os problemas ainda sejam os mesmos, apenas mascarados e deixados de lado.

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