Home/ Início

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Assim caminhamos?

Olá a todos, sejam bem-vindos se é que ainda tenho frequentadores nesta terra árida e abandonada, uma série de eventos me fizeram ficar mais tempo longe do que gostaria. Falta de tempo, desânimos momentâneos, esquecimentos, frustrações e alegrias diversas me distanciaram deste tão querido blog. Pretendo voltar, infelizmente não com força total. Não posso prometer uma coisa que sei que vai ser difícil cumprir, mas é muito bom estar de volta. Hoje vou fazer uma breve reflexão sobre o que está acontecendo. 
 E desde que deixei de postar aqui foram muitas coisas, mas vou deixar para outras oportunidades. O pré-sal no sudeste brasileiro, belo monte no norte, o código florestal, as Conferências de Partes (Cop), tanto as climáticas que tiveram grande destaque na mídia de massa e o tão falado e esperado pós-Quioto -  especialmente as últimas (COP-15, Copenhague-2009), (COP-16-Cancún)  e (COP-17, Durban) - quanto as de biodiversidade - destaque para a (COP-10, Nagoya, 2010). As mudanças globais (ambientais, sociais, econômicas e políticas). A chegada da Rio+20 ao Brasil em junho e a "economia verde" como tema e uma série de outros eventos que aconteceram ou que ainda vão acontecer, mas que já mobilizaram tanto merecem destaque e espero que possa trabalhar cada um destas temáticas com mais cuidado e atenção.
É claro que todas as temáticas ambientais tem ligações umas com as outras, umas mais intensas e diretas que outras, mas estão inter-relacionadas e são interdependentes, embora nem sempre seja tão claro assim. Por exemplo, é difícil perceber o quanto uma escolha individual pode afetar a vida do resto da sociedade. Até que ponto eu deixar de escrever neste blog afetou a economia mundial? Na minha singela opinião, embora eu seja parte da economia mundial, o impacto é nulo ou imperceptível. O modo de vida da maioria das pessoas e até a minha própria não mudou significativamente. Existem pessoas que pelo seu poder ou influência econômica, política, militar, religioso e/ou social tem a capacidade de influenciar mais pessoas e assim impactos econômicos e sociais podem ser mais sentidos.
Lucrar com algo ou sobre algo não é algo novo, mas as formas que temos para isso nos dias de hoje são impressionantes, para citar algumas: crédito e crediário, você não tem, mas quem tem te empresta por juros pequenos e suaves prestações (nem sempre), ou então você parcela e paga "sem juros"; aluguel de tudo que se possa imaginar, com a mesma lógica que a primeira você não tem, mas eu te empresto por um preço; exploração, seja do corpo ou da mente através de sub-empregos, baixos salários, apropriação de ideias, inventos e talentos. Nesta era tecnológica e informacional que vivemos as ideias, informações e conhecimentos valem mais do que ouro. Enfim, são inúmeras formas possíveis de se lucrar e a inventividade humana parece ilimitada.
Felizmente a inventividade humana não foi, nem é voltada só para a exploração,  o consumismo e o lucro insano e patético, há esperança. Pelo menos gosto de pensar assim. A humanidade é capaz de barbaridades e desgostos que me envergonham profundamente, mas também de coisas belas e maravilhosas. Ultimamente parece que a tragédia tem ganhado destaque, afinal ela  parece vender mais nos noticiários, revistas e jornais. Além disso, o medo (real ou aparente) causa, às vezes, reações mais absurdas do que a situação exige. Mas não quer dizer que somos todos maus, mesquinhos, vilões. Os sentimentos de amargura, egoísmo, fúria, de revolta, de angústia, resignação, medo tem em contrapartida o respeito, o amor, a solidariedade, a reflexão, a compaixão, perdão, a esperança.
O mais estranho de tudo é pensar que muitas pessoas vão concordar que o amor e a solidariedade são bem melhores que a amargura, egoísmo e a mesquinharia, mas não saberão como alcançar esse sentimento, outras vão achar que isso é papo de gente religiosa, ingênua e/ou idealista e que o mundo é muito mais cruel e duro. Ainda outras vão negar totalmente a necessidade desses sentimentos, talvez até sem saber o que seria melhor. Os motivos para isso são inúmeros e cada um vai apresentar um bom motivo e argumento para isso, seja por traumas, por seu caráter, pela visão de mundo ou qualquer outro motivo.
 Acredite o que quiser, faça o que fizer, seja o que for não podemos negar que somos parte e  dependemos da natureza. Vivermos em sociedade, por bem ou por mal, chegamos até aqui. Nossa sobrevivência e nosso futuro estão ligados com a história e decisões tomadas por nossos antepassados, mas não estão definidas por eles. Um futuro mais justo, igualitário,  solidário, democrático, ambientalmente saudável e sustentável não é impossível de ser alcançado, mas há muito trabalho a ser feito. Não é fácil mudar as prioridades, os planos e a visão de mundo de pessoas que não estão dispostas a mudar. Não sei, talvez essa seja uma das coisas mais difíceis, mudar algo que acham que não pode ser mudado ou que não tem intenção de mudar.
Caminhamos por nossa vontade? Caminhamos para um futuro melhor? Estamos satisfeitos com o mundo? "O que esperamos do mundo e o que ele espera de nós?", parafraseando um verso da música de Lenine. Para onde, por onde ou como caminhamos eu não sei, afinal cada um tem seu ritmo, recurso e caminho a seguir. Mas estamos todos interligados e caminhamos juntos nesse labirinto que é a vida. Então, desejo a todos um ótimo percurso e ótimas realizações, pois o caminho pode ser mais importante e emocionante que a saída (ou chegada, dependendo de como interpretar).